A conectividade na área rural ainda é o maior desafio para tornar uma fazenda conectada, considerando, a extensão territorial nacional e as áreas de difícil acesso para instalação de redes.
Mas, aos poucos, o cenário está se modificando, como podemos constatar na pesquisa TIC Domicílios de 2021, que indicou que o crescimento no número de domicílios rurais com acesso à internet aumentou 20 pontos percentuais nos últimos três anos. Assim, as tecnologias utilizadas nas atividades rurais, como por exemplo: sensores, Inteligência Artificial (IA), aprendizagem de máquina e análise de dados começam a ser potencializadas com o aumento da cobertura da internet.
Mas, um ponto que requer maior reflexão é o treinamento dos funcionários. Eles precisam saber como operar e aplicar as funcionalidades instaladas em máquinas, implementos e equipamentos usados no campo. Para explicar esse e outros desafios e os benefícios proporcionados pela conectividade em uma fazenda conectada, conversamos com Carlos Roberto Junior, especialista em marketing tático da Case IH.
Ele reforça a importância do comprometimento da equipe e as parcerias que tornaram a Fazenda Conectada, uma referência em agricultura digital.
A Fazenda Conectada da Case IH está localizada no município de Água Boa (MT). Crédito das imagens: Case IH
O que são Fazendas Conectadas?
Inicialmente é preciso esclarecer que uma fazenda conectada se caracteriza por utilizar tecnologia e qualidade de conexão nas atividades de campo e gestão. Desse modo, dispositivos como sensores são instalados em plantadeiras e colheitadeiras, drones e sistemas de irrigação.
Por intermédio da conectividade, as máquinas trocam informações que otimizam o manejo na lavoura, na forma de economia de insumos, agilidade das operações e aumento na produtividade. E a melhor forma de explicar o que são as fazendas conectadas é conhecendo o projeto com o mesmo nome, idealizado pela Case IH.
Localizada no município de Água Boa (MT), a Case IH desenvolve e testa todas suas modernas tecnologias, em uma área com mais de 3 mil hectares. O projeto tem o objetivo de colocar em prática, as principais tecnologias empregadas pela agricultura digital. Para alcançar esse resultado, contou com a parceria da operadora TIM que instalou duas torres com conexão 4G na região.
Carlos Roberto Junior participou de todas as etapas do projeto e destaca que para tornar uma fazenda conectada é preciso desenvolver um sistema de gestão alinhado em todas as etapas produtivas.
“A conectividade permite ter acesso a todas as informações que envolvem a atividade agrícola. Contudo, para corrigir ou melhorar os processos registrados pelas máquinas é necessário contar com profissionais que saibam identificar os pontos sensíveis e diagnosticar os dados coletados”, esclarece.
E as pessoas são, como resume o especialista da Case IH, o grande desafio de qualquer fazenda conectada, como veremos ainda neste conteúdo.
Quais as principais tecnologias de uma fazenda conectada?
Em nível mundial, as tecnologias aplicadas em fazendas conectadas variam da aprendizagem de máquina até equipamentos com funcionamento em Internet das Coisas (IoT). Contudo, para conseguir o maior número de aplicações são necessários maquinários desenvolvidos com essas tecnologias embarcadas.
No caso da Fazenda Conectada Case IH, as máquinas inteligentes (tratores, plantadeiras, colheitadeiras) se auto ajustam por meio de machine learning e geram dados por meio de sensores que coletam e compartilham informações importantes para o controle e monitoramento das atividades de campo.
Vale ressaltar que sem a conectividade, não é possível o funcionamento das funcionalidades tecnológicas, por isso, vale ressaltar que a operadora TIM instalou duas antenas 4G LTE em frequência 700MHz, uma na propriedade rural e outra na área central do município mato-grossense. Desse modo, unindo os recursos tecnológicos com uma cobertura de qualidade, a equipe da fazenda conectada está desenvolvendo um trabalho que revolucionará a agricultura nacional.
Carlos Roberto Junior explica que o sistema instalado nas máquinas da Case IH permite coletar uma quantidade de informação gerencial muito grande. Por isso, é importante compreender as informações para realizar uma gestão mais efetiva.
Desafios da fazenda conectada vão da conectividade até a gestão integrada das informações. Crédito das imagens: Case IH
“Foi preciso aprender a ler os dados, algo que antes não era feito. Informações como consumo, produtividade, performance e até quantidade de sementes que caíram no solo são apresentadas. Dessa maneira, é necessário cruzar os dados obtidos, de modo a ter uma análise e tomada de decisão precisa”, argumenta.
Para o sucesso operacional, o especialista em marketing tático da Case IH revela a importância da comunicação interna, também viabilizada pela conectividade.
“Temos uma área chamada de preleção, na qual é elaborado o Diário de Segurança Diário (DSD), também conhecido como alinhamento operacional. Nesta etapa da atividade são analisadas informações como a meta diária de trabalho, como e qual o percentual do que foi efetivado”.
O especialista da Case IH ainda acrescenta. “Caso a programação não tenha sido completada, é possível realizar ajustes, a fim de melhorar a performance”.
Tenha mais detalhes da fazenda conectada da Case IH, no vídeo a seguir:
Principais desafios de uma fazenda conectada
Uma das principais pesquisas sobre a agricultura digital brasileira, desenvolvida pela Embrapa, Sebrae e Inpe identificou que 84% dos produtores rurais brasileiros utilizam pelo menos uma tecnologia digital no processo produtivo. Contudo, os entrevistados apontam que problemas com conexão e desconhecimento das tecnologias mais apropriadas estão entre os principais desafios.
Nesse sentido, Carlos Roberto Junior observa que um dos desafios da Fazenda Conectada Case IH foi alinhar o trabalho de padronização das máquinas com a gestão das informações obtidas no campo.
“É um serviço que depende da capacidade técnica do gestor operacional e dos operadores, já que atuam com tratores configurados eletronicamente dentro do monitor. Sendo assim, é preciso capacitar as pessoas envolvidas, a fim de que entendam todas as etapas do processo tecnológico”, reforça.
Na avaliação do especialista da Case IH, a vantagem da equipe foi contar com uma equipe de gestão, formada por um agrônomo e dois técnicos.
“Uma das atribuições desses profissionais foi levar o entendimento e a relevância das informações apresentadas pelas máquinas. Com isso, todos ficam alinhados para desenvolver as ações diárias, atendendo às metas estipuladas e elevando a régua de performance produtiva”.
O maquinário da Case IH conta com as principais tecnologias da Agricultura Digital. Crédito da Imagem: Case IH
O representante da Case IH acrescenta que uma das estratégias de trabalho foi criar uma rotina de avaliação das atividades realizadas e produzir dois relatórios diários que são encaminhados ao dono do negócio.
“Ainda que o proprietário esteja distante, ele acompanha em tempo real a operação e o desenvolvimento das tarefas. Isso traz mais segurança e a possibilidade de questionar ou opinar sobre determinados processos”.
Benefícios de uma fazenda conectada
Como você pode ver, a Fazenda Conectada possui alguns desafios que merecem atenção. Mas há também benefícios bastante interessantes.
Para explicar os benefícios da conectividade em uma fazenda conectada, o representante da Case IH dá um exemplo prático de trabalho realizado no campo.
“O agrônomo responsável precisa acompanhar os serviços realizados, avaliando tecnicamente como e o que será feito, para decidir qual a melhor aplicação a ser realizada. Agora imagine que esse profissional tenha de sair do escritório e se deslocar até a propriedade para ter acesso aos dados”, revela.
Para Carlos Roberto Junior, esse processo pode demorar até duas horas, porém com o sistema instalado nas máquinas da Case IH ele consegue fazer tudo do escritório e ainda, mandar o mapa de aplicação de volta ao equipamento.
Outros benefícios comprovados na Fazenda Conectada fazem referência à constante entrega de informações, parâmetros e dados, fundamentais para o desenvolvimento de novas estratégias de ação.
Dessa forma, a tomada de decisões adotada a partir de diagnósticos precisos, aumenta a lucratividade, produtividade e sustentabilidade da propriedade.
“Atualmente o trator guia o implemento, mas o correto é o implemento guiar o trator, pois quem executa o trabalho é o equipamento. Desse modo, temos o sensor e o profissional que cria a zona de manejo dentro do nosso sistema, interpretando os dados”, indica o especialista da Case IH.
Carlos Roberto Junior ainda acrescenta: “A atuação conjunta permite fazer o uso racional e eficiente dos insumos, impactando positivamente na economia, sustentabilidade do negócio e do meio ambiente local”, ressalta o representante da Case IH.
Sistema AFS Connect, reúne as principais informações coletadas em campo. Crédito das imagens: Case IH
Complementando os benefícios da Fazenda Conectada, a equipe de trabalho conta ainda com os serviços disponibilizados pelo portal AFS Connect. A plataforma apresenta dados baseados em três pilares fundamentais para as atividades agrícolas: monitoramento da frota, gestão agronômica e gerenciamento de dados.
Acompanhe as soluções oferecidas pelo AFS Connect no vídeo a seguir:
Em síntese, os desafios relacionados à uma fazenda conectada vão da conectividade local até a gestão integrada das atividades. Mas, sem dúvidas são as pessoas que fazem acontecer e isso precisa ser considerado em todas as etapas do projeto.
Dessa forma, os produtores podem acompanhar o aperfeiçoamento do trabalho realizado na propriedade gerenciada pela equipe por toda a equipe de profissionais da Case IH.
Por isso, queremos saber de você, agricultor, qual o benefício é mais importante no cotidiano da sua propriedade conectada?
Saiba mais sobre esse tema:CONECTIVIDADE POR DENTRO DA FAZENDA CONECTADA